O Teatro da Vida Religiosa e a Realidade da Vida com Deus
Impressiona-me a arte de atores e atrizes quando encarnam seus personagens. É como se outra pessoa assumisse o seu corpo com toda a sua expressividade. Altera-se o volume e o timbre da voz, a linguagem ganha novos sotaques, a postura corpórea assume uma dinâmica diferente e até o olhar passa por essa metamorfose externa.
Durante a atuação a identidade do artista parece anular-se para que a do personagem assuma a direção. É claro que o ator tem consciência de que a transformação é apenas momentânea e não expressa a essência de quem está por trás do figurino. Ele não se despe totalmente de si mesmo, pois existem na sua mente diversas intenções, como a de atrair o coração da platéia, conquistar aplausos e ter o esforço reconhecido. O ator nunca é totalmente o personagem, mas este depende sempre da interpretação daquele.
A arte teatral é bela desde que o seu propósito didático espelhe a realidade ou suscite uma reflexão capaz de produzir mudanças, pensar conceitos e crenças. Quando as técnicas do palco são transferidas para o cotidiano das relações pessoais recebem o nome de hipocrisia.